La huelguista a la que dejaron sin prácticas (II)
Tras publicar ayer la primera parte de la historia de Tatiana Maseda, hoy le pasamos a ella misma el relevo. También podremos leer las declaraciones de dos testigos diferentes. Por un lado, hemos hablado con la secretaria de Decanato de Dereito, Mónica Pérez Suárez, presente en la ya famosa reunión de asignación de prácticas del 24 de octubre; y de la mano de Mónica Martínez Porteiro, militante de Comités y amiga de Tatiana, nos acercaremos a las acciones que la comunidad estudiantil emprendió para mostrar su solidaridad con esta alumna.
Tatiana Maseda: la alumna afectada
Tatiana Maseda ya ha aparecido en algún otro medio de comunicación, como Sermos Galiza. Apoyada por su asociación, AGIR, por los Comités y por más estudiantes, busca solucionar el problema de sus prácticas al tiempo que denuncia lo que le ha ocurrido.
¿Cuál es tu visión general de lo ocurrido?
A minha versom do acontecido é que, devido à minha participaçom num piquete, junto com cem companheiras mais, durante a greve do passado 24 de outubro, fôrom violados os meus direitos, por umha parte o direito a escolher práticas na hora que me correspondia e no lugar onde eu queria, expulsando-se-me dum acto no que eu tinha o total direito a participar, pois para algo paguei os 15 créditos que vale a matéria “practicum”. Assim mesmo, com esta expulsom, Luis Míguez Macho saltou o procedimento, atuando com total arbitrariedade e abuso do poder. No mesmo momento da expulsom fum ameaçada com umha apertura de expediente, questom que nom é da competência dum decano senom da reitoria e de pessoas alheias ao caso. Também cabe assinalar, que além de ser expulsa, também fum humilhada, pois Luis Miguez Macho botou-me alçando a voz diante doutras 20 pessoas e com mui más maneiras, faltando-me absolutamente ao respeito.
Por último, e como bem se puido ver, a reitoria acabou dando-me a razom e fazendo que o reaccionário decano da faculdade tenha que agochar as orelhas e solucionar o problema que causou
Pois a reitoria resolveu que tenho direito a escolher as práticas nas mesmas condiçons que o resto das companheiras da faculdade.
¿Crees que los piquetes pueden llegar a coartar el derecho a no ejercer la huelga?
O direito à greve é um direito que possui toda estudante, e é umha causa justificada de falta. O professorado devia ter claro que convocando actos, aulas, exames num dia de greve está-se coarctando o direito das estudantes à fazer greve. Nom é que os piquetes coarctem o direito a nom fazer greve, quem conculca direitos som pessoas como o decano, que tendo 31 dias como tem outubro, para convocar o ato de adjudicaçom das práticas, fam-no com três dias de antelaçom e para um dia de greve. Uma greve que levava um mês convocada. Isso nom tem outro nome que provocaçom e evidência vontade de buscar o conflito com o estudantado consciente. Convém lembrar que no ano passado o acto de adjudicaçom das práticas foi convocado com umha semana e meia de antelaçom, o que contrasta com os três dias com os que se convocou nesta ocasiom.
La actuación del Decano, ¿crees que iba dirigida a ti personalmente o buscaba atacar a AGIR como asociación?
Naturalmente que sim, porque como já dixem no princípio, nesse piquete participárom umhas cem pessoas entre as que havia gente de direito que estava também no mesmo dia no que fum escolher as práticas. Aconteceu-lhes algo a elas? Absolutamente nada, apesar de que as mesmas pertencem a organizaçons estudantis distintas a AGIR. As represálias que tomou o decano comigo devérom-se fundamentalmente a motivos ideológicos e neste ponto cabe destacar, que o estatuto do estudantado da USC recolhe a igualdade de direitos das estudantes sem mais distinçons que as derivadas das ensinanças que estejam a cursar. No mesmo texto explicita-se também o direito do alunado à livre associaçom, reuniom, organizaçom, manifestaçom, ou a fazer greve. Agir é umha organizaçom estudantil da esquerda independentista regisada na USC, e como tal cumpre uns estatutos.
¿Crees que si estuvieras afiliada a otra organización que no fuera AGIR (a la cual el decano ha mostrado su completo rechazo) su actuación hubiera sido diferente?
Sim, como assinalei na anterior pergunta, às companheiras que estavam no piquete e tinham vez no mesmo dia que eu para escolher as práticas nom lhes aconteceu nada. E como bem remarcas, o senhor Míguez Macho nom é mui amigo do independentismo e do nacionalismo galego. Em muitos dos seus artigos deixa clara a sua ideologia fascista e espanholizadora.
De facto mostra uma tendência claramente galegófoba, pois mesmo tem por internet escritos hostis ao idioma galego, além de ser membro do Opus Dei… um “caso”, como bem se vê.
¿Crees que la forma que tuvo el Decano de proceder hará que, en futuras situaciones, los alumnos se amedrenten por miedo a sufrir consecuencias académicas?
Em todo o caso, deveria ser ao revés, deveriam tomar mais consciência, organizar-se e impedir que se tomem mais represálias contra estudantes por exercerem os seus direitos reconhecidos. Porque o que há que ter claro nestes tempos de injustiça e grande repressom é que, nom podem fazer calar o estudantado, porque temos muito que dizer e muito que opinar. E só lograremos mudar as cousas por métodos de luita ativa e é ai onde o estudando deve estar.
¿Crees que la razón por la que se te amenazó con un expediente disciplinario tiene el suficiente peso como para que se acabe abriendo?
Em primeiro lugar, dizer que nom há nengum expediente disciplinar em processo, só há umha mera informaçom reservada que o decano, se não me engano, lhe transmitiu à reitoria, depois esta valoraria junto com pessoas alheias ao caso, se merece a pena continuar com o processo ou arquivá-lo. Pessoalmente nom lhe vejo nengum sentido abrir-me um expediente pois nom cometim nengumha infracçom, nom agredim nem insultei ninguém, nem rompim mobiliário da USC. Nom creio que se poda abrir um expediente simplesmente por berrar “Greve!”. Penso que a decisom de enviar essa informaçom reservada à reitoria deve-se à que o decano quer por ir contra mim pessoalmente, por todos os meios. Quer dizer, é outra medida para tomar represálias.
E o que nom se pode permitir é que a mim este senhor me queira abrir um expediente disciplinar mas ele fique impune apesar de ter quebrado o procedimento, e ter actuado arbitrariamente, abusando da sua autoridade. Deveria ser ele a quem se abrisse um expediente por falta de profisionalismo e imparcialidade.
Los testigos
La Secretaria de Decanato de la Facultad de Dereito, Mónica Pérez Suárez, fue uno de los cargos administrativos presentes en la reunión del jueves, 24 de octubre. Su versión de lo ocurrido sigue la línea de Luis Miguez Macho. Pero, a mayores, ha querido relatar de primera mano su experiencia:
“Pues a ver, teníamos la reunión, si no me equivoco, a las 9 de la mañana. Yo necesitaba una carpeta que no tenía en el salón donde se estaba celebrando el acto y, en el momento que fui a cogerla, me apareció allí una tropa de alumnos pitando y haciendo ruido. Yo pensé: “Nada, el piquete”. Al principio venían en ese plan, pero después se fueron poniendo más agresivos y no paraban de gritar “fascista” al decano. También se escuchaba “decano impresentable” y otras muchas más cosas. Hay una puerta que separa la sala de juntas con la de profesores, y es corredera, y empezaron a aporrearla, es más, la descarrilaron un poco y pretendían abrirla. Entonces yo, ya cabreada, me levanté, y les dije “Dejad de aporrear la puerta”, gritando. Ellos comenzaron a reírse de mí y a llamarme fascista e impresentable. Uno, cuando me levanté, me cogió la silla y se sentó. Yo me quedé cortada, violentada. Y otro me cogió una carpeta y me la tiró al aire.
— Más tarde, a mí se me acercó una alumna, que no soy capaz de identificar, y me vino a gritar al oído diciéndome lo mismo que antes: “el decano es un impresentable, ya sabía que había huelga, ¿por qué tuvo que hacer la reunión?”
Fue todo bastante dantesco. Hubo violencia verbal, y a mí que nadie me lo discuta que estaba allí presente. Igual que dicen ellos que quieren libertad, los demás tienen la suya.”
Mónica Martínez Porteiro es una buena amiga de Tatiana y militante en Comités. Tras conocer lo ocurrido, las tres entidades estudiantiles soberanistas gallegas (Comités, AGIR y la Liga) emitieron un comunicado conjunto y organizaron una concentración para el día 29 de octubre a las 12 de la mañana frente a la Facultad de Dereito, bajo el grito “Soliedariedade com Táti!!”. Mónica estuvo allí y nos explica cómo se organizó:
“Enterámonos do que lle pasou a Tatiana e, atendendo a que era unha convocatoria unitaria xa que as dúas organizacións chamabamos á folga, entendiamos que a resposta a estes ataques tamén debía de ser unitaria. E xa non só por iso, senón porque o entendemos como un ataque bastante grave ós dereitos do estudantado nun momento no que non había ningunha base legal ou normativa para que o Decano de Dereito se negara a darle as prácticas a Tati, sen ningún tipo de xustificación nen ningún tipo de motivación máis que perseguir á xente que protesta, que é o que vemos que está pasando últimamente, xa non só aquí senón incluso no resto do Estado.
— Entón, xurdiunos insto e entendemos que a resposta que debíamos tomar era inmediata, xa coa manifestación ó día seguinte como rulando a información e a problemática por Internet e polas redes sociais. Creo que tivemos unha moi boa resposta, de feito estábamos un pouco sorprendidas todas cando vimos a cantidade de xente que había na manifestación de apoio, tanto ela como nós estábamos sorprendidos da xente que había. Estamos moi contentos, se mostrou que o estudantado non ía permanecer queto nin parado perante estas agresións, que toda agresión contra o estudantado ía ter a súa correspóndente resposta. Mostrouse a soliedariedade do estudantado perante esta problemática.”

Imagen de los asistentes a la propia concentración frente a la Facultad de Dereito | Comités Abertos Compostela
Hasta aquí hemos llegado. El Decano, Tatiana, la Secretaria de Decanato, Mónica…todos han colocado su pieza en el puzzle. Ahora, veremos cómo se desenvuelven los acontecimientos pero, una cosa está clara: cuando las ideologías están sobre la mesa, la paleta de colores debe ser lo más completa posible.